Dados do Trabalho


Título

REGRESSÃO LOGARÍTMICA NA ESTIMATIVA DA RESISTÊNCIA NÃO DRENADA DE REJEITOS DE MINÉRIO DE FERRO E COMPARAÇÃO COM METODOLOGIAS CONVENCIONAIS

Resumo

A resistência não drenada desempenha um papel fundamental nos estudos geotécnicos, principalmente em contextos críticos, como aqueles relacionados a barragens e pilhas de rejeitos. Este parâmetro é essencial para avaliar a capacidade de um material em lidar com carregamentos rápidos sem permitir a saída de água de seus poros. Historicamente, o ensaio de palheta, conforme destacado por Schnaid e Odrebecht (2012), tem sido a principal ferramenta de avaliação. No entanto, essa abordagem, quando usada isoladamente, apresenta desafios significativos, uma vez que demanda informações detalhadas sobre o perfil geológico do subsolo e das condições de saturação. Essa situação levou os geotécnicos a integrar o ensaio de palheta ao CPTu, resultado em uma compreenssão mais abrangente do perfil do subsolo. Apesar da sua eficácia, as correlações derivadas do CPTu, predominantemente desenvolvidas para solos naturais, podem não ser totalmente aplicáveis a materiais manufaturados, como os rejeitos de mineração.
Diante dessa complexidade, o presente estudo desenvolveu um modelo para determinar a resistência não drenada dos rejeitos de minério de ferro. Para isso, foi utilizado um banco de dados composto por 93 observações provenientes de quatro locais distintos do Quadrilátero Ferrífero. O banco de dados foi dividido em 70% das amostras para treinamento e 30% para teste, em que um modelo de regressão logarítmica foi desenvolvido. Os resultados obtidos foram bastante promissores. Com uma validação cruzada K-Fold com k igual a 9, o modelo exibiu um R2 igual a 0,71, MAE igual a 36,95 e RMSE igual a 36,95. Em comparação, a equação de Nkt prposta por Robertson (2012) produziu R2 igual a 0,74, MAE igual a 114,71 e RMSE igual a 202,42, enquanto a de Mayne e Peuchen (2022) obteve R2 igual a 0,79, MAE igual a 63,10 e RMSE igual a 107,59. O que merece destaque é que, embora o R2 tenha sido ligeiramente menor, o modelo de regressão logarítmica apresentou métricas de erro (MAE e RMSE) significativamente menores, sinalizando uma maior precisão.
Em suma, este estudo revela que, para os rejeitos de minério de ferro do Quadrilátero Ferrífero, o modelo de regressão logarítmica se destaca como uma solução promissora, oferecendo estimativas mais precisas da resistência não drenada em comparação com as metodologias convencionais citadas.

Palavras-chave

Resistência não drenada; Regressão Logarítimica; Rejeitos de Minério de Ferro

Arquivos

Área

02. Big Data e Inteligência Artificial em Geotecnica

Categoria

COBRAMSEG

Autores

Fernanda Yamaguchi Matarazo, Tatiana Barreto Dos Santos