Dados do Trabalho


Título

EFEITO DO FLUXO D’ÁGUA E INTERCALAÇAO DE SOLOS GROSSOS E FINOS NA ESTABILIDADE DE ENCOSTAS NÃO SATURADAS SOB CHUVA

Resumo

Taludes naturais não são homogêneos devido a estratificações ou variações em diferentes propriedades dos materiais e condições hidráulicas ao longo da profundidade devido as várias formações geológicas e condições climáticas. (Chatterjee, 2019)
A permeabilidade do solo indica sua capacidade máxima de absorção de fluido com o tempo. Isso indica que para chuvas com volume maior que a capacidade de absorção do solo para um mesmo tempo, parte da água será absorvida pelo solo e outra irá escoar acima dele, em superfície livre ou outra camada de solo. Assim, havendo chuva intensa, ou concentração de água devido a impermeabilidade de algumas áreas, há um acúmulo maior de água em regiões da encosta que pode ter um poder erosivo ou ocasionar maior saturação, reduzindo a sucção e resistência ao cisalhamento do solo.
Este trabalho objetiva analisar a estabilidade de diferentes encostas inicialmente não saturadas com diferentes disposições de solos finos e grossos nas regiões mais baixas, durante regimes de chuvas intensos. Isso ocorrerá observando os diferentes comportamentos da infiltração da água nos perfis, analisando os distintos progressos de saturação do solo e, consequentemente, estabilidade da encosta.
Utilizou-se o software Slide2 através do Método dos Elementos Finitos para análise de infiltração da água e do Método do Equilíbrio-Limite para a estabilidade, com o método de GLE/Morgenstern-Price.
Os modelos analisados baseiam-se em sondagens de simples reconhecimento e coleta de amostras indeformadas realizadas na rua Brumal em Recife/PE. Os parâmetros de resistência adotados são resultados de ensaios realizados no Laboratório de Solos e Instrumentação (LSI/UFPE) e, para camadas sem amostras indeformadas coletadas, correlações a partir do NSPT.
Ao longo das análises, após aplicação de chuvas, observou-se um menor Fator de Segurança em perfis com ocorrência de camadas argilosas mais superficiais no sopé da encosta em relação ao topo. Isso ocorreu devido ao fluxo da água ocorrer nas direções horizontal e vertical e, consequentemente, concentrar a água em solos arenosos de menor altitude com uma área cada vez menor para distribuição da água percolada, aumentando-se a saturação e reduzindo a resistência ao cisalhamento.
Então, observa-se a importância de se analisar a encosta por inteira no perigo de movimento de massa além da intensidade das chuvas, considerando, por exemplo, as camadas presentes com os respectivos coeficientes de permeabilidade, geometria e inclinação da encosta, parâmetros de erosão do solo, nível de água quando presente, para que seja analisada de forma adequada a estabilidade do talude natural.

Palavras-chave

Geotecnia; Barreiras; Deslizamentos

Arquivos

Área

04. Estabilidade de Taludes e Contenções

Categoria

COBRAMSEG

Autores

Eduardo Matthews do Rego Barreto, Leila Brunet de Sá Beserra, Leonardo José do Nascimento Guimarães