Dados do Trabalho

Título

RETROANÁLISE DE UM ESCORREGAMENTO DE TALUDE NA ESTRADA LOURENÇO VELHO NA CIDADE DE ITAJUBA/MG

Resumo

Taludes estão sujeitos constantemente a movimentos de massas, como escorregamentos, erosões e recalques. Quando se trata de taludes rodoviários em cortes ou aterros, assim como no caso de encostas naturais adjacentes às rodovias, tais ocorrências colocam em risco os usuários, provocam danos e interrupções ao tráfego e geram graves prejuízos aos usuários e ao Estado. O presente trabalho teve como objetivo analisar a estabilidade do talude localizado na estrada Lourenço Velho do município de Itajubá/MG, o qual sofreu um escorregamento. Para isso, realizou-se primeiramente uma análise de estabilidade na condição original do talude, de forma a averiguar se a concepção do talude já indicava uma situação de risco e se há probabilidade de ocorrência de escorregamentos em outras seções da encosta. Para tanto obteve-se os dados topográficos do talude a partir de levantamento topográfico feito com drone, fez-se uma inspeção visual para identificar as camadas do talude e coletou-se amostras indeformadas dos solos para realização dos ensaios laboratoriais de densidade e cisalhamento direto. Depois da análise da condição original, foi realizada a retroanálise para a superfície de ruptura real levantada, para identificar os parâmetros do talude no momento da ruptura e comparar com os parâmetros estimados pelos ensaios de laboratório. Por fim, realizou-se a análise de estabilidade para o talude atual com os parâmetros encontrados na retroanálise. A partir dos resultados deste estudo de caso, observou-se que os valores dos fatores de segurança para o talude original foram próximos de 1,1, ou seja, a condição original do talude já se mostrava em situação de instabilidade, fato que culminou na ruptura existente. Enquanto os ensaios laboratoriais indicaram para o solo argiloso uma coesão de 15,4 kPa e ângulo de atrito de 40,1⁰ e para o solo arenoso uma coesão de 4,2 kPa e ângulo de atrito de 38,6⁰, pela retroanálise, impondo-se o fator de segurança unitário, obteve-se para o solo argiloso uma coesão de 14,6 kPa e ângulo de atrito de 35⁰ e para o solo arenoso uma coesão de 0 kPa e ângulo de atrito de 33⁰. Dessa forma, verificou-se que a encosta após o escorregamento não apresenta fatores de segurança mínimos determinado por norma, considerando o nível de segurança desejável contra perdas humanas e danos materiais e ambientais. Visto que quaisquer alterações nos estados de tensão do maciço, como por exemplo elevação da superfície freática, podem gerar novos movimentos de massa torna-se necessário a execução de medidas de remediação.

Palavras-chave

estabilidade de encosta; fator de segurança; retroanálise; parâmetros de resistência; cisalhamento direto

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